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2024-08-29 11:27

"Portugal Facilita Urbanização de Terrenos Rústicos: Impactos e Oportunidades no Algarve e Além"

Recentemente, o governo de Portugal aprovou medidas que facilitam a construção em terrenos rústicos, com o objetivo de aumentar a disponibilidade de habitação. Estas alterações fazem parte do programa "Mais Habitação", que inclui a possibilidade de converter solos rústicos, e até mesmo áreas incluídas na Reserva Agrícola Nacional (RAN), em terrenos urbanizáveis, desde que sejam classificadas pelos municípios como aptos para construção.

Esta mudança busca reverter a desvalorização dos terrenos rústicos ocorrida após a eliminação da categoria de solo urbanizável em 2014. Agora, os proprietários podem ver uma revalorização dessas terras, especialmente se estiverem localizadas em perímetros urbanos ou contíguos a eles. A legislação exige, no entanto, que os municípios aprovem essas conversões, que são submetidas a uma avaliação caso a caso.

Além disso, a recente reforma da propriedade rústica inclui esforços para concentrar e valorizar os terrenos rústicos, que muitas vezes estão fragmentados devido a heranças. Esta medida é crucial para enfrentar problemas como a gestão inadequada das florestas e o risco de incêndios.

Essas mudanças são vistas como um impulso para o mercado imobiliário em áreas rurais, oferecendo novas oportunidades para proprietários e investidores (RTP, Agroportal, Twinkloo).

Atualmente, a aprovação já está confirmada em concelhos como Lisboa, Porto, Setúbal, e algumas áreas do Algarve, entre outros. A implementação está sendo feita através de uma alteração simplificada no processo de licenciamento, eliminando a necessidade de consultas longas e outros procedimentos burocráticos. Além disso, a propriedade dos terrenos reclassificados será do Estado, e a prioridade será dada a terrenos próximos de áreas urbanas existentes​( MdME Forward Thinking Law., ECO).

No Algarve, a recente reclassificação de terrenos rústicos para urbanizáveis impactará diversas áreas, incluindo zonas de Albufeira, Lagoa, Tavira, e Portimão. Esses municípios estão a adaptar as suas políticas de urbanização e desenvolvimento, com a intenção de atrair investimentos e acomodar o crescimento populacional e turístico.

Por exemplo, áreas em Albufeira e Tavira, que são reconhecidas pela sua importância turística, estão sendo preparadas para novos projetos de desenvolvimento urbano. Essa reclassificação pode influenciar tanto o aumento da construção de habitações quanto a expansão de empreendimentos comerciais e turísticos.

Entretanto, há preocupações quanto ao impacto ambiental, especialmente em relação às áreas protegidas e reservas naturais. A urbanização de terrenos anteriormente rústicos pode gerar pressões adicionais sobre os ecossistemas locais, como a Ria Formosa, além de aumentar o consumo de recursos naturais, como água, em uma região já vulnerável a secas prolongadas​.

Para que a reclassificação de terrenos rústicos para urbanos prossiga, vários passos ainda precisam ser seguidos:

  1. Aprovação Municipal: Cada município precisa avaliar e aprovar as propostas de reclassificação de terrenos, considerando as diretrizes locais e a compatibilidade com os planos municipais de ordenamento do território. A decisão de cada município é crucial, pois são eles que determinam as áreas a serem priorizadas para desenvolvimento urbano​(MdME | Forward Thinking Law.).

  2. Procedimento de Licenciamento Simplificado: As autoridades locais devem seguir o novo procedimento simplificado de licenciamento. Isso inclui a utilização de plataformas eletrônicas para a apresentação e acompanhamento de pedidos, com prazos mais curtos e menos burocracia, conforme estabelecido pelo Decreto-Lei nº 135/99​(MdME | Forward Thinking Law.).

  3. Consulta Pública (se aplicável): Embora a reclassificação tenha procedimentos simplificados, em alguns casos pode ser necessário um período de consulta pública, especialmente se a área reclassificada for significativa ou houver impacto ambiental relevante.

  4. Execução das Obras: Uma vez aprovadas as reclassificações, os promotores podem iniciar os projetos de construção, seguindo as novas regras que permitem mais flexibilidade, como a possibilidade de usar construções modulares. Essas obras devem estar em conformidade com as normas legais e regulamentares estabelecidas​(MMC).

  5. Monitoramento e Fiscalização: Finalmente, é importante que as autoridades locais monitorizem a execução dos projetos, assegurando que estão de acordo com as aprovações concedidas e com as regras urbanísticas e ambientais vigentes​(ECO).

 

Esses passos são essenciais para garantir que o processo de reclassificação contribua efetivamente para o aumento da disponibilidade de habitação em Portugal, sem comprometer a sustentabilidade urbana e ambiental.

A reclassificação de terrenos rústicos para urbanos em Portugal pode ter impactos significativos nas reservas ambientais, especialmente em áreas como a Reserva Agrícola Nacional (RAN) e a Reserva Ecológica Nacional (REN).

 

  1. Impacto na Reserva Agrícola Nacional (RAN): A conversão de solos rústicos, incluindo aqueles dentro da RAN, para terrenos urbanizáveis, pode reduzir a área disponível para a agricultura, o que pode impactar a produção agrícola e a segurança alimentar. Esta mudança pode levar à perda de solos férteis e ao comprometimento de ecossistemas agrícolas sustentáveis, o que preocupa ambientalistas e agricultores​(MMC).

  2. Impacto na Reserva Ecológica Nacional (REN): A REN é destinada à proteção de áreas sensíveis, como zonas de inundação, áreas costeiras e florestas de proteção. A urbanização dessas áreas pode aumentar o risco de desastres naturais, como inundações e deslizamentos de terra, além de afetar a biodiversidade local. A transformação de terrenos dentro da REN pode comprometer a integridade dos ecossistemas protegidos e causar desequilíbrios ambientais​(MMC).

  3. Pressões Ambientais e Sustentabilidade: A expansão urbana em áreas que anteriormente eram protegidas ou utilizadas para fins agrícolas pode aumentar a pressão sobre os recursos naturais, como água e solo, além de contribuir para a fragmentação de habitats naturais. Esse processo pode dificultar a manutenção de corredores ecológicos essenciais para a fauna e flora locais, comprometendo a conectividade ecológica necessária para a sobrevivência de diversas espécies​(ECO).

 

Para mitigar esses impactos, é crucial que as reclassificações sejam feitas com critérios rigorosos e que medidas de compensação ambiental sejam adotadas, como a criação de novas áreas de proteção ambiental ou a restauração de ecossistemas degradados. Além disso, a fiscalização e o planejamento urbano sustentável são fundamentais para garantir que o desenvolvimento habitacional não comprometa as reservas ambientais essenciais para o equilíbrio ecológico do país.

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